Inaugurado pela Ar de Filmes em 2011, o Teatro do Bairro trouxe a Lisboa um espaço cultural único na cidade. Situado em pleno Bairro Alto, na Rua Luz Soriano, nº 63, ocupa o espaço onde durante décadas funcionou a rotativa do Diário Popular, mesmo ao lado da Escola de Música do Conservatório Nacional. Uma iniciativa que foi um marco no caminho artístico da produtora, contaminando-o de forma positiva. Foi atribuído um espaço físico, uma morada, uma casa, a uma identidade artística. Criou-se um diálogo direto e permanente com o público da Ar de Filmes, quer na área de cinema, quer na área de teatro, e abriu-se caminho para a fidelização de novos públicos.
A não dependência dos calendários das tradicionais salas de acolhimento garantiu à Ar de Filmes e à Companhia do Teatro do Bairro a gestão própria e otimização dos timings de ensaios e temporadas das suas criações, permitindo também ao grupo de artistas que habitualmente colaboram com a produtora um trabalho mais regular e continuado. Consideramos esta circunstância absolutamente necessária à consolidação de uma companhia teatral, já que possibilita uma reflexão ininterrupta que contagia as criações e afirma o caminho artístico previamente traçado. Mas além de uma nova sala de teatro, o Teatro do Bairro trouxe também a Lisboa uma nova sala de cinema, que além de programar ciclos específicos e exibições únicas de filmes independentes, salvaguarda a exibição das produções cinematográficas da Ar de Filmes e dos seus criadores.
O interesse da abertura do Teatro do Bairro para a cidade não se esgota, no entanto, no projeto artístico da Ar de Filmes, nem no desenvolvimento da sua companhia teatral. Localizado num local histórico de fruição artística por excelência, proporciona também o convívio entre diferentes artes performativas contemporâneas, com uma programação abrangente que garante a circulação de diferentes artistas e públicos, através do acolhimento de espetáculos de outros criadores de teatro, e também de música, cinema e dança. Criámos em Lisboa um novo espaço de reunião, tertúlia e contaminação entre diferentes áreas artísticas, e de encontro dos cidadãos com as artes e os seus criadores.
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